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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Maculelê




A verdadeira origem do maculelê é desconhecida, existindo diversas lendas a seu respeito. Estas lendas, naturalmente, vieram da tradição oral característica às culturas afro-brasileira e indígena da época do Brasil Colônia e inevitavelmente sofreram alterações ao longo do tempo.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica reverenciada.
Existem diferentes versões para cada lenda, mas a maioria mantém como base o ataque rival, a resistência solitária e a improvisação dos dois bastões como arma. O maculelê atual, usando a dança com bastões, simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros rivais.
Estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) apontam indicações de que o maculelê poderia ser um fragmento do Cucumbi, apesar das notáveis diferenças.
O maculelê é uma dança que pode envolver mulheres e homens.

Capoeira





A capoeira talvez seja a expressão do que há de mais brasileiro em termos de atividade física, já que se trata de uma luta criada no Brasil por escravos de origem africana. Isso é tão significativo que no exterior a capoeira é conhecida como “brazilian martial art”, ou arte marcial brasileira. Por ser praticada em grupo e acompanhada de música constante que impõe ritmo aos movimentos, muitas pessoas a confundem com um jogo ou algum tipo de dança, mas como já disse Mestre Pastinha: “Capoeira Angola é, antes de tudo, luta, e luta violenta”.
O termo capoeira significa “o mato que nasce depois do desmatamento”, provavelmente porque era praticada entre esses matos, com os lutadores próximos ao chão, para não serem descobertos pelos seus senhores. É preciso dizer que nessa época a capoeira era uma prática proibida, pois com os escravos treinando sua forma de defesa pessoal, poderiam trazer problemas para aqueles que se consideravam seus “donos”. No entanto, ainda que proibida, a capoeira nunca deixou de ser praticada e ensinada.
Em sua forma original, como já mencionado, a capoeira era uma luta lenta jogada muito próxima ao chão, muito diferente daquela capoeira que é ensinada em academias ou jogada nas praias do Rio de Janeiro: a capoeira regional. Foi em meados do século XX que houve essa ruptura, resultando na prática da capoeira angola praticamente restrita aos guetos baianos. A capoeira regional apresenta movimentos mais acrobáticos, é jogada em pé e tem regras específicas, elemento característico de um esporte. Outra diferença importante entre esses dois tipos de capoeira é o modo como um membro se torna mestre: na capoeira regional, conforme os praticantes vão desenvolvendo melhor suas habilidades, aprendendo golpes diferentes e pensando sobre esses golpes, eles vão sendo graduados por meio de um cordão, em que cada cor representa um estágio em que o praticante está classificado, assim ele vai adquirindo novos cordões até se tornar um mestre. Na capoeira angola o processo é bastante diferente: após muitos anos de prática e de dedicação ao mestre e à capoeira, o praticante recebe do mestre um lenço, que representa que esse discípulo está pronto para ser mestre. Assim, na capoeira angola, a formação do mestre depende exclusivamente da vontade do mestre que ensina.
Outra característica importante da capoeira é a música. A música é sempre tocada por membros da roda que se revezam, e é acompanhada de uma regra fundamental: os membros da roda sempre precisam responder ao canto, também chamado de ladainha. As ladainhas são acompanhadas pelo toque de alguns instrumentos: pandeiro, atabaque, caxixi, agogô e reco-reco.
Talvez, o mais interessante das ladainhas sejam as suas letras que remetem ao cotidiano dos escravos, ao momento da roda de capoeira, aos deuses do candomblé (religião de origem africana) e do catolicismo, e à relação entre homem e mulher. Seguem alguns exemplos:

•“Eu vou dizer ao meu senhor que a manteiga derramou/A manteiga não é minha/A manteiga é de ioiô” (ladainha de cotidiano, lembrando dos escravos que trabalhavam na cozinha);

•“Oi sim sim sim/ Oi não não não” (ladainha de roda, cantada para quando a luta está empatada);

•“Salomé, Salomé/ Eu já vi homem barbado apanhar de mulher” (ladainha de roda, cantada para quando tem algum homem perdendo de uma mulher);

•“Sai sai Catarina/ Saia do mar venha ver Idalina” (ladainha religiosa em homenagem a Iemanjá);

Percebe-se, então, que a capoeira é muito mais do que uma simples atividade física: ela é um elemento definidor de identidade brasileira. Ela agrega religiosidade, movimento corporal, música e história, tudo isso em uma única prática. Por isso, quando seu professor for ensinar capoeira à sua turma, cobre que ele não ensine apenas os movimentos, mas que ele também aborde o contexto cultural em que esses movimentos estão envoltos, assim sua aula será muito mais completa.
E para terminar o texto, a ladainha com a qual as rodas de capoeira terminam:
“Adeus, adeus/ Boa viagem/ Eu vou-me embora/ Boa viagem/ Eu vou com Deus/
E Nossa Senhora”.


Fonte: http://www.brasilescola.com/educacao-fisica/capoeira.htm